Requisição Civil do Governo trava greve da TAP
O Governo português fez aprovar a requisição civil dos trabalhadores da TAP por forma a travar a greve dos trabalhadores da TAP agendada par ao período entre 27 e 30 de Dezembro 2014.
Lembre-se que a greve foi convocada pela SNPVAC devido à posição desfavorável dos trabalhadores da TAP em relação ao processo de privatização da empresa em curso pelo governo.
Veja também: Aviso de greve TAP no Natal e Ano Novo.
Manutenção dos serviços a 100% após agendamento da greve da TAP
A Requisição Civil imposta pelo Governo vem obrigar à apresentação em trabalho dos cerca de 70% dos trabalhadores, permitindo deste modo assegurar todos os voos agendados para este período.
A Requisição Civil foi ontem aprovada em reunião de Conselho de Ministros e tem por objetivo garantir o normal funcionamento do país e o superior interesse nacional, assegurando desta forma 100% dos serviços que correspondem a um total de 1141 voos.
"Esta decisão visa assegurar serviços essenciais em defesa do interesse público nacional e de sectores vitais na economia nacional" ao que Pires da Lima acrescenta ainda que os “prejuízos de centenas de milhões de euros” para o turismo e para a imagem do país que uma paralisação de quatro dias acarretará e a que “o Estado não pode ficar indiferente” também pesaram nesta decisão do Governo.
Esta Requisição Civil abrange vários sectores da empresa tais como Oficiais Pilotos, Comandantes, Supervisores de Cabine, Chefes de Cabine e Comissários e Assistentes de Bordo), do apoio em terra a operações de voo (Oficiais de Operações de Voo e controladores/Planeadores de Escalas de Tripulantes), da manutenção (Técnicos de Manutenção de Aeronaves, Técnicos de Reparação e Tratamentos de Material Aeronáutico, Técnicos de Apoio de Manutenção e Técnicos de Preparação, Planeamento e Compras), dos aeroportos (Operadores de Assistência em Escala, Técnicos de Tráfego de Assistência em Escala e Técnicos de LoadControl) e catering (Cozinheiros, Pasteleiros, Preparadores, Motoristas e as restamtes categorias que mantém os serviços de catering).
António Pires da Lima, ministro da Economia, afirma confiança no respeito da Requisição Civil mas sindicatos dos trabalhadores da TAP (11 após abandono dos Tripulantes de Voo da Plataforma de Sindicatos da TAP, sob a forma de Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil) arriscam a possibilidade de novas acções em resposta à decisão do Estado.
Impacto da Greve Geral dos trabalhadores da TAP nos clientes
Mesmo apos o cancelamento da greve imposto pela Requisição Civil difícil será fugir às graves consequências que esta já fez sentir junto dos seus clientes e da própria empresa.
Cerca de 25.000 passageiros cancelaram ou alteraram os seus voos e os pedidos de reembolso constituiem receitas perdidas e um avultado prejuízo para a TAP.
Resposta dos Sindicatos dos Trabalhadores da TAP à Requisição Civil
Após publicação da Requisição Civil os Sindicatos dos Trabalhadores da TAP ponderam qual o caminho a seguir. Na mesa está a possibilidade de reagendamento da greve já para o próximo mês de Janeiro, cancelamento total da greve ou adensar a tensão com o Governo optando pela manutenção da greve em desrespeito com a Requisição Civil.
Ao optar por esta última opção a tensão poderá subir de tom e as consequências para os trabalhadores poderão ser inesperadas, sendo possível o recurso à força militar ou podendo mesmo ser punidos com sanções e expulsão da empresa.
Trabalhadores da TAP em reunião com a Administração da TAP
Fernando Pinto, presidente da admnistração da TAP, recebe hoje os trabalhadores da TAP para uma reunião embora a agenda da reunião não tenha sido disponibilizada.
Manifesto Não TAP os Olhos
Enquanto esta polémica se adensa fazem-se também ouvir as vozes de pessoas fora da TAP sob a forma de um manifesto estruturado pelo reconhecido cineasta português António Pedro Vasconcelos e que conta já com 70 assinaturas de ilustres dos vários panoramas da vida pública, política, cultural do país tais como Sérgio Godinho, José Eduardo Agualusa, Manuel Alegre, Adelino Gomes, Carlos Tê, Francisco Louçã, Jorge Palma, Lídia Jorge, Maria de Medeiros, Nuno Baltazar, Maria do Céu Guerra, Mário Soares, Miguel Sousa Tavares, Pedro Abrunhosa e Tony Carreira.

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